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Artistas de rua
Carlos Magno de Melo – Membro da AVELA e da ANE-DF.
Nos semáforos eles esperam o sinal vermelho e se postam na frente dos carros. Um jogo rápido. Cena curta. Jogam bastões para cima, cospem fogo, atiram múltiplas bolinhas para o alto, fazem embaixadinhas, enfim, uma cena que dura o meio tempo da permanência do sinal vermelho. Saem cobrando pelo espetáculo. Rápido. Tem de ser depressa. O trânsito flui. A féria há de ser recolhida. Urgência. Vêm de cara limpa. Cara pintada. Sorriem. São os artistas das ruas. Cada espectador dá o que acha que merece o show. Moedinhas.
O sinal fica verde. Os veículos seguem. Os motoristas já nem se lembram mais da apresentação. Aceleram. Conversam com os passageiros. A vida fervilha. O tempo urge. A rua ruge. Sinal vermelho. Novo espetáculo público. Senhoras e senhores!
Cada um ganha a vida como pode. A maioria por meios honestos. Há o povo que cava com as unhas no cimento o pão de cada dia. Há os outros, os espertos. Aqueles corrompem na Petrobrás. Aliás, se a Vale não tivesse sido privatizada, qual seria o tamanho de outro escândalo?
Um espetáculo de texto amigo!… e em todos os cantos ou quase todos, os artistas de rua, sonham os seus míseros trocados, que lhe ofertam a refeição do dia. Mas vale a honestidade. Valeria bem mais que apenas moedas…mas o povo anda apressado, o sinal abre…o dinheiro na carteira, difícil de sair. Pega-se uns trocadinhos que fica visível no carro…e como você disse…aceleram e vão esquecer do que viram, com a atenção voltada ao trânsito. Eu pagaria mais, bem mais…pois não sei cuspir fogo e muito menos acrobacias. Texto lindo o seu…adorei! Abraços.