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PELOURINHO
PELOURINHO: PATRIMÔNIO AMEAÇADO
Muito acreditam que o Pelourinho é o monumento histórico mais importante da História do Brasil. Ele está ameaçado
O Centro Histórico de Salvador (CHS) é considerado o patrimônio histórico que corre mais riscos, na visão da organização sem fins lucrativos “Worls Monuments Fund” – que trabalha pela proteção de monumentos e patrimônios do mundo –, com sede em Nova Iorque, nos EUA, como lembrou matéria de Hieros Vasconcelos Rego.
Para a organização, o CHS é um dos patrimônios mais ameaçados pelo descaso governamental ou pela ação da natureza.
A ONG aponta para a “vulnerabilidade da região”, com economia em declínio, criminalidade e infraestrutura decadente.
O Pelô (como é conhecido aqui) virou também paraíso de craqueiros.
Há pouco, o governador esteve na região para entregar dez unidades móveis das bases comunitárias de segurança.
Mas os moradores, comerciantes e turistas reclamam constantemente da situação em que se encontra o Pelourinho.
O sociólogo George Almeida acredita que áreas que têm uma só vocação – como o turismo –, caso do Pelourinho – estão fadadas à deterioração.
É preciso dialogar com os moradores, não enxotá-los.
É preciso fazer algo enquanto é tempo.
É um dos mais belos patrimônios da História do Brasil que está sendo jogado na lata de lixo.
COMPLEMENTO: Com uma foto da invasão da Nova Constituinte (uma favela no subúrbio de Salvador), a versão online do “The New York Times”, publicou a matéria “As Prosperity Rises in Brazil’s Northeast, So Does Drug Violence (“Assim como cresce a prosperidade do Nordeste do Brasil, cresce a violência das drogas”), de autoria de Myrna Domit.
Fala da violência de Salvador, o que – conforme detectou um jornalista – marca um novo tempo nas abordagens dos norte-americanos sobre a Bahia.
“Antes só dedicava espaço sobre nossas belezas naturais. Agora vem o lado macabro”.
Em suma: a violência – banalizada no Brasil toda – está migrando para todo o Nordeste brasileiro.
Vivemos em uma cidade também porque a amamos e desejamos continuar nesse território. A perda de um espaço público com a magnitude cultural do Pelourinho, “debiliita a sociabilidade, rebaixa a nossa autoestima, cava um lugar para a dor no nosso corpo”.
Tanto mais quando uma cidade, ou parte dela, ganha foros de Patrimônio Cultural da Humanidade – como Salvador.
(Salvador, outubro de 2012)
Emanuel Medeiros Vieira, grande escritor, que nem baiano é, se preocupando com o Pelourinho. Enquanto nós baianos nem nos damos ao trabalho de comentar.
Agradeço a consideração.